quinta-feira, 17 de junho de 2010

O fim da era Senna




O show acabou. Ayrton Senna da Silva, o mais completo e perfeito piloto da história da Fórmula 1, morria aos 34 anos no GP de San Marino, no dia 1º de maio de 1994. Sua Williams, na sétima volta, simplesmente não fez a temível curva Tamborello e chocou-se violentamente a 270 km/h contra o muro de proteção. O Brasil perdia um ídolo que dedicou dois terços de sua vida aos esportes motorizados. Primeiro no kart, depois no automobilismo e nos últimos dez anos na F-1. Em todas as modalidades, conquistou títulos e quebrou recordes.

Os 4 gigantes



A situação daquela temporada, com quatro pilotos disputando diretamente o título, remete ao ano de 1986. Todos se lembram muito bem da famosa foto feita com Senna, Prost, Mansell e Piquet sentados na mureta dos boxes em Estoril. Faltavam três corridas para o fim do ano e todos ainda alimentavam chances de ser campeão. A imagem entrou para a história como sinônimo de alta competitividade e herança de um período genuinamente interessante da Fórmula 1, com pilotos de altíssima estirpe e carros menos infalíveis. A foto entrou para a posteridade.

Vitória por menos de um segundo e record




A vitória mais dramática de Ayrton Senna em GPs foi em 13 de abril de 1986 na Espanha. Senna venceu o rival Nigel Mansell por apenas 0,014 segundos (ou seja: 14 milésimos) e com isso entrou para o livro "The Guinness Book of Sports Records", da editora Facts on File na edição 95/96. Em toda carreira na F-1, Senna conseguiu a incrível marca de 41 vitórias e 65 pole positions, além dos três mundiais.

Senna estréia na F-1


Ayrton Senna foi o 14º piloto brasileiro a disputar um Mundial de Fórmula 1. Sua primeira temporada foi em 1984 na modesta equipe Toleman Hart Turbo. O piloto brasileiro não venceu nenhum GP mas mostrou que tinha talento e braço, conseguindo dois importantes segundos lugares, em Mônaco e Portugal.
O primeiro GP disputado por Senna foi em casa, no dia 25 de março, no circuito de Jacarepaguá, no Rio de Janeiro. Com problemas no turbo, Ayrton teve que abandonar a prova na oitava volta. Já no ano seguinte, na Lotus, surgiram as duas primeiras vitórias na carreira: a primeira em Portugal e a segunda, na Bélgica. Em 85, Senna ainda obteve sete pole positions.

O tricampeonato mundial




No dia 20 de outubro de 1991, a Fórmula 1 conhecia o seu mais novo tricampeão mundial. Novamente no circuito de Suzuka, no Japão, Ayrton Senna disputava o título da temporada com o inglês Nigel Mansell, da Williams, que, logo na 10ª volta, abandonou a prova com problemas no freio. Daí para frente Senna deu um show e comemorou em grande estilo o tri. Na volta final, quando liderava folgadamente, num gesto de companheirismo - ou por imposição da equipe - cedeu passagem ao seu amigo e companheiro, o austríaco Gerhard Berger , que assim conquistava sua primeira vitória na F-1. Senna, então, entrava para o seletíssimo grupo dos tricampeões mundiais e também era o mais jovem piloto a conquistar essa façanha na história da F-1. E ao lado de Nélson Piquet colocou o Brasil numa situação invejável no automobilismo mundial: era o único país a ter dois tricampeões mundiais de F-1. Ainda no campeonato de 91, no último GP da temporada, Senna ganhou a corrida e quebrou um tabu de nunca vencer a prova de Adelaide, na Austrália. De passagem ainda deu o tetracampeonato mundial de construtores para a McLaren.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Bicampeonato Mundial



Ayrton Senna conquistou seu bicampeonato no penúltimo GP da temporada de 1990. Foi em Suzuka, no Japão, que o brasileiro deu o troco no rival Alain Prost, que um ano antes havia vencido o campeonato de forma pouco ética. Naquele GP, o francês "fechou a porta" quando Senna, nas voltas finais, tentou ultrapassá-lo. Houve o choque e os dois saíram da pista. Senna ainda voltou ajudado pelos comissários, mas acabou desclassificado. Um ano depois Senna deu o troco na mesma moeda e local. Prost precisava da vitória para levar a decisão para o último GP, na Austrália, e também não podia provocar um incidente com Senna, já que desta vez o prejuízo seria seu. O suspense durou menos de dez segundos. A Ferrari do francês, que largou na segunda posição do grid, conseguiu tomar a dianteira, mas Senna forçou o carro e entrou por dentro na tomada da primeira curva. Então nenhum dos dois deu o braço a torcer. A roda direita traseira da Ferrari tocou na dianteira esquerda da McLaren e os carros saíram da pista, fazendo uma imensa nuvem de areia. A corrida não foi paralisada e Ayrton conquistava o bicampeonato mundial de F-1.

O Rei de Mônaco


Ayrton Senna em sua galeria de vitórias tem uma marca muito especial. O brasileiro venceu simplesmente o GP de Mônaco seis vezes e virou o "rei de Mônaco". Nas temporadas de 87, 89, 90, 91, 92 e 93, ele deu show e banho de champanha na família real, quebrando o protocolo mais de uma vez.
No seu primeiro GP em Monte Carlo, em 1984, Senna deu um espetáculo. Debaixo de chuva, com a modesta Toleman, o brasileiro chegou a ultrapassar a McLaren de Niki Lauda e, andando muito rápido, continuou deixando adversários mais fortes e experientes para trás.. Quando se preparava para ultrapassar o francês Alain Prost, que liderava a prova, os dirigentes do GP interromperam a prova, argumentando que a chuva estava forte demais. Assim, a vitória foi dada ao francês.